Carlos Augusto Brandão para a Italiamiga

Rota foi diretor do importante Conservatório de Bari por 37 anos. Suas trilhas são caracterizadas por uma grande simplicidade e geralmente possuem uma linha melódica que fica guardada na memória das pessoas. Trabalhou com grandes diretores do cinema, como King Vidor (Guerra e Paz), Visconti (O Leopardo) e Zefirelli (Romeu e Julieta) , mas seus trabalhos mais notáveis certamente foram com Fellini com quem fez Boccacio 70, A Estrada, Os Boas Vidas, Satyricon, Oito e Meio, Julieta dos Espíritos e especialmente Amarcord, onde nos brindou com uma das músicas mais belas e nostálgicas do cinema . Em 74, a Academia de Hollywood rendeu-se ao talento de Rota, dando a ele o Oscar pela trilha musical de O Poderoso Chefão II, premiando uma carreira memorável que inclui ainda clássicos como Obsessão e Rocco e seus Irmãos, entre outros. Sua última trilha para o cinema foi para o filme Ernesto, de Salvatore Samperi, feita juntamente com Carmelo Bernaola. Muitos diretores, no entanto, continuaram - e certamente ainda continuarão - utilizando as canções de Rota em seus filmes : este foi o caso de Almodóvar em Labirinto de Paixões, do próprio Fellini em A Entrevista e de Francis Ford Coppola em O Poderoso Chefão III, repetindo o sucesso que a música do extraordinário compositor tinha dado à sua trilogia. Em novos filmes e nos antigos, a música de Rota permanecerá sempre na cabeça dos cinéfilos em momentos comoventes como - só para citar alguns - a cena final de Oito e Meio, com os personagens se movendo num picadeiro ao som de sua música ou nas lembranças da infância de Fellini, embaladas pelas notas personalíssimas de Rota em Amarcord.
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